O plano de cargos e salários é uma documentação essencial para qualquer organização que busca estabelecer uma estrutura transparente de remuneração. Os profissionais de RH são responsáveis pela pesquisa de mercado, diálogo com gestores, elaboração e implementação eficaz desse plano.
Um sistema mais claro e igualitário é o principal objetivo de um plano de cargos e salários, já que reflete a valorização do compromisso com a equipe e o crescimento individual. Além disso, uma documentação bem feita ajuda a garantir a motivação, a retenção de talentos e o bom funcionamento da empresa como um todo.
Neste artigo, exploraremos os principais componentes de um plano de cargos e salários e as boas práticas para elaborá-lo de forma eficiente.
O que é?
O documento do plano de cargos e salários é uma informação acessível aos colaboradores e gestores e determina os parâmetros de remuneração, os benefícios, as exigência e responsabilidades de cada cargo, os planos de carreira na empresa e políticas de progressão e promoções.
Ou seja, além de fornecer ao colaborador uma imagem 360º de suas oportunidades na organização, também fornece ao gestor um caminho claro para incentivar sua equipe, remanejar esforços e otimizar as estratégias a longo prazo.
Quais as vantagens?
Os profissionais de RH buscam estabelecer canais de comunicação que reflitam a cultura organizacional. Ou seja, é onde acontecem feedbacks sobre desempenho, gestão e ambiente de trabalho e potenciais problemas são resolvidos.
Motivação da equipe
Um ponto que afeta muitos colaboradores é uma gestão que não está atenta às suas necessidades. Por exemplo, durante uma pesquisa de people analytics, o RH nota que muitos colaboradores sinalizam falta de oportunidade de crescimento. A partir daí, identifica-se que não há clareza sobre políticas de promoção e lateralização.
Um plano de cargos e salários permite que seus colaboradores saibam quais podem ser suas oportunidades futuras e o que deve ser feito para crescer na empresa. Com isso em mente, se sentem mais motivados a desenvolver novas habilidades e participar de projetos.
Clareza no processo seletivo
Além de enfatizar o compromisso com a equipe existente, o RH pode utilizar um bom plano de cargos e salários para definir e estruturar processos seletivos. Muitas vezes os gestores solicitam a seleção de candidatos, mas os critérios não são claros ou compatíveis com a empresa. Isso dificulta contratações e alinhamento de novos colaboradores, prejudicando a produtividade.
Em vez disso, com uma documentação clara, o RH sabe exatamente quais são as responsabilidades de cada cargo, quais conhecimentos são exigidos e como deve ser o processo de recrutamento e seleção para encontrar os candidatos corretos.
Quais são os componentes de um plano de cargos e salários?
O plano de cargos e salários deve definir as atribuições de cada membro da equipe, suas responsabilidades específicas, remuneração e oportunidade de crescimento. Levando isso em conta, os quatro componentes são:
1. Organograma e hierarquia
O primeiro passo é definir a estrutura da organização. Quanto maior a empresa, mais surge a necessidade de manter o alinhamento em todos os departamentos e braços de atuação. Ou seja, definir como cada cargo está ligado à gestão, a quem deve reportar e quais são os níveis de senioridade.
Dessa forma, os colaboradores têm transparência em suas relações profissionais, além de uma visão mais clara de sua etapa dentro da empresa. Os líderes também ficam mais atentos às suas responsabilidades e podem manter a gestão de desempenho em dia.
2. Cargos e responsabilidades
Porém, cada cargo tem suas atribuições específicas, mesmo se estiverem no mesmo nível de senioridade. Por exemplo, um analista de vendas e um analista de tecnologia devem ter conhecimentos técnicos e competências pessoais que estejam alinhadas ao seu cargo.
Ao definir a responsabilidade de cada cargo, o profissional do RH deve determinar em quais aspectos e projetos da organização esse colaborador vai atuar. Na hora de contratar novos talentos, essa visão é crucial. Mas também facilita a atribuição de tarefas no dia a dia: com um plano de cargos e salários bem definido, os gestores têm em mente quais profissionais têm mais ou menos responsabilidades, cumprindo com as diretrizes da empresa.
3. Remuneração e benefícios
O plano de cargos e salários envolve diretamente os salários. Mas essa não é a única remuneração que deve ser documentada. Alguns setores, por exemplo, trabalham com salários-base além de bônus e comissões. E a remuneração deve incluir impostos e outras obrigações burocráticas.
Além do pagamento em si, o plano de cargos e salários define a gestão de benefícios atrelada a cada etapa da carreira. Para atrair e reter membros da equipe, é preciso que o RH analise e avalie se os benefícios oferecidos fazem sentido para cada cargo da organização.
Por exemplo, talvez os colaboradores em início de carreira tenham mais interesse em oportunidades de treinamento empresarial.
4. Políticas de progressão na carreira
Depois de definir quais são os cargos e suas responsabilidades e deveres na empresa, o profissional de RH deve expandir as políticas de progressão de carreira. Ou seja, quais são os critérios usados para promoção? Quais trajetórias essa carreira permite?
Isso porque seus colaboradores preferem transparência nesse processo. Muitas vezes, as empresas não elaboram os diferenciais na hora de preencher cargos mais altos e isso desmotiva a equipe. Ao deixar claro quais critérios são necessários, o RH promove mais oportunidade e equidade no crescimento.
É importante frisar quais as políticas de promoção: tempo de permanência na empresa, feedbacks positivos da gestão, conhecimentos técnicos, etc.
Se a organização promove aumentos salariais anuais para profissionais com feedbacks positivos, seus colaboradores ficarão mais motivados a obtê-los. Se uma nova vaga é aberta na empresa, os colaboradores já sabem se estão qualificados e como se destacar no processo.
Como elaborar um plano de cargos e salários?
Para criar um documento alinhado ao mercado e à empresa especificamente, é preciso pesquisar e analisar dados relativos aos cargos oferecidos. Para isso, devem ser feitas:
Análise interna
Quais são as lacunas da organização? O que as equipes gostariam de saber sobre critérios de progressão de carreira? Quais barreiras ainda existem? Essas são algumas das perguntas que o profissional de RH deve ter em mente ao estabelecer um plano de cargos e carreiras.
Por exemplo, a empresa pode ter uma falta de novos profissionais júnior. Com isso em mente, o RH define as responsabilidades desse cargo, os critérios e a remuneração para contratação.
Por outro lado, talvez a equipe esteja em busca de um plano de carreira mais variado, com oportunidade de crescimento lateral. Ou seja, é preciso que o plano de cargos e salários mostre os conhecimentos necessários para fazer a transição de área.
Análise externa
A empresa está inserida no mercado e, por isso, deve se alinhar às expectativas. Para que seu plano de cargos e salários seja efetivo, é preciso analisar outras empresas em seu setor.
Ao entender o funcionamento de cada organização e as tendências de mercado, o profissional de RH pode criar um plano de cargos e salários que seja chamativo para novos talentos, ampliando o alcance da empresa, sem perder de vista o planejamento orçamentário e a gestão de pessoas a longo prazo.Um bom plano com transparência é motivador para sua equipe e pode otimizar o clima organizacional. Para conhecer mais formas de fomentar qualidade e produtividade no trabalho, confira nossas dicas de engajamento de equipe.