Planejamento de sucessão: fotografia de uma mulher líder explicando algo em uma reunião.

Confira o passo a passo para fazer um bom planejamento de sucessão

Já ouviu falar em planejamento de sucessão no contexto de trabalho? Essa ideia, que tem se tornado mais popular entre gestores de RH, prevê a manutenção da produtividade e desenvolvimento de novos talentos pensando a longo prazo.

Ou seja, ao invés de focar apenas em ganhos imediatos nas contratações e promoções, o profissional de RH consegue, por meio desse planejamento, estabelecer uma estratégia duradoura para a organização. 

Pensando nisso, esse artigo vai explorar melhor cada etapa do planejamento de sucessão, o papel do RH nele e as boas práticas que devem ser levadas em conta para garantir o funcionamento ideal.

O que é?

O planejamento de sucessão envolve a identificação e o desenvolvimento de novos líderes que possam substituir os anteriores quando estes deixarem seus cargos. Isso pode ocorrer por diferentes motivos, como: aposentadoria, transição de carreira, demandas em outro setor da empresa, etc. 

Na prática, significa que as empresas adotam o planejamento de sucessão de cargos justamente para evitar perder talentos importantes e precisar rever sua estratégia múltiplas vezes ao longo de um processo de crescimento. Isso é importante porque uma sucessão bem planejada ajuda a minimizar a disrupção que pode ocorrer em uma transição de liderança.

Quanto mais preparados os novos profissionais estão, maiores as chances de os procedimentos ocorrerem de forma suave e propensa ao crescimento. 

Um exemplo: digamos que um diretor regional receba uma oportunidade em sua carreira para representatividade a nível nacional e seja necessário iniciar seu novo cargo o quanto antes. Isso significa que um cargo de liderança local está disponível, certo? Mas é preciso escolher o profissional ideal para substituí-lo e nem sempre o RH está preparado para tomar a decisão correta.

Isso porque não foram feitos os processos de análise de desempenho, desenvolvimento de competências comportamentais, revisão de habilidades técnicas e treinamentos necessários para escolher o substituto. 

Nesse ínterim, a instabilidade pode afetar a produtividade da equipe. Além disso, um processo curto não necessariamente traz a melhor visão dos candidatos, ou seja, talvez a escolha feita pelo RH não seja a ideal a longo prazo. Isso afeta a satisfação dos colaboradores, a taxa de rotatividade e o crescimento da empresa. 

Em resumo, o planejamento de sucessão é um processo muito importante para os gestores de RH, já que permite entender melhor o funcionamento de diferentes agentes de uma equipe e seu potencial frente aos desafios da liderança.

Quais são as peças-chave do planejamento de sucessão?

Em primeiro lugar, um planejamento de sucessão deve considerar a realidade diferenciada de cada empresa. Ou seja, não existe um sistema universal, mas sim uma análise cuidadosa de cada organização, seus colaboradores e líderes.

É preciso ter em mente quais são os cargos mais críticos, quais as habilidades necessárias para cumprir suas responsabilidades, as demandas do mercado e os objetivos estratégicos da empresa. Além disso, é fundamental entender os pontos de destaque de cada colaborador, já que seu histórico pode oferecer insights relevantes sobre o potencial futuro.

Em que o RH deve focar?

Existem alguns aspectos fundamentais que devem ser norteadores das ações dos profissionais de RH durante a elaboração e a manutenção de um plano sucessório nas empresas. São eles:

Atuação multifatorial

Ainda é comum que profissionais de RH se atentem apenas a informações curtas superficiais sobre o rendimento de cada colaborador e líder. No entanto, para se aprofundar nas demandas da empresa e suas lacunas, é preciso ter um olhar mais cuidadoso.

Isso é: envolver múltiplos aspectos da atuação profissional em suas análises. Além de conhecimentos técnicos exigidos pelo segmento, é importante avaliar as relações profissionais, o cumprimento da boa comunicação interna entre líderes e equipes, o compromisso dos colaboradores com seus projetos, a proatividade, etc. 

Ao pensar em bons líderes, é preciso considerar além do cumprimento de requisitos básicos. É fundamental entender como esses profissionais poderiam se relacionar com a estrutura empresarial como um todo caso fossem gestores de pessoas. 

Esse ponto é crucial, já que líderes que mantêm boas relações profissionais são mais motivadores e constroem equipes mais satisfeitas.

Inclusão e diversidade

Outro ponto de atenção na criação de um planejamento de sucessão são as políticas de inclusão e diversidade nas empresas. Hoje, infelizmente, ainda existem barreiras para grupos marginalizados na progressão profissional. Apenas 0,5% dos cargos de liderança no Brasil são ocupados por pessoas com deficiência.

Existem diferentes métodos para evitar essas barreiras, desde a implementação de estratégias de flexibilidade no trabalho, como home office em cargos de liderança, até treinamentos especializados e consultorias de diversidade e inclusão para educar as equipes dessas barreiras.

Comunicação clara

Muitas vezes, os processos de criação de um plano de sucessão empresarial têm resultados positivos, mas a aplicação a longo prazo é prejudicada. Isso ocorre quando não há comunicação clara e transparente para os envolvidos. 

Ou seja, para que essa estratégia seja de fato funcional, é importante ter um diálogo constante com os gestores, os profissionais interessados em oportunidades futuras e deixar claro quais são as etapas para o planejamento ocorrer. 

Motivação organizacional

Outro ponto importante é que as oportunidades de crescimento na carreira podem motivar os colaboradores a se engajar dentro da empresa. Por isso, é fundamental oferecer espaços de troca e crescimento profissional a esses colaboradores.

Cursos, chance de realizar vivências em outros departamentos, projetos interdisciplinares e educação corporativa em parceria com instituições de ensino superior são ótimas opções para valorizar colaboradores dedicados e mostrar o compromisso da empresa com seu crescimento, inclusive com pontos necessários para se candidatar a vagas no planejamento de sucessão.

Quais são as vantagens?

As vantagens do planejamento de sucessão incluem:

Liderança estável e sem fricções

Um planejamento de sucessão empresarial bem feito leva a uma transição de líderes cuidadosa. Ao mesmo tempo em que o novo gestor já sabe lidar com as responsabilidades e expectativas do cargo, sua equipe tem proximidade e diálogo. Isso ajuda na estabilidade da rotina e continuidade dos processos, o que é produtivo para a empresa.

Redução de custos

Não há necessidade de realizar contratações externas para cargos de alta responsabilidade, o que pode ser custoso para a empresa. Também evita o custo atrelado a treinamentos urgentes, já que o profissional substituto já tem em mãos o repertório necessário.

Engajamento de equipes

O planejamento melhora o engajamento dos colaboradores ao oferecer perspectivas claras de desenvolvimento, oportunidades de crescimento e uma política transparente das exigências para progressão na carreira. Isso demonstra o compromisso da empresa, o que, por sua vez, melhora a retenção de talentos.

Vale lembrar que as organizações com um bom planejamento de sucessão são vistas como mais estáveis e estrategicamente preparadas, atraindo melhores talentos e investimentos a longo prazo.

Fotografia de uma sala de reunião. Ao fundo, dois homens apertando as mãos.

5 passos fundamentais para realizar o planejamento de sucessão empresarial

Agora veja, na prática, como aplicar o planejamento de sucessão em sua empresa!

1. Analisar o status atual da empresa

O primeiro passo é ter uma visão completa da empresa. Isso é: analisar o organograma e comparar com as tendências atuais. Qual o tempo de permanência média nos cargos, quais setores têm maior rotatividade, entre outros.

2. Identificar lacunas futuras

A partir daí, é interessante utilizar os conhecimentos para determinar quais vagas são mais críticas e propensas ao planejamento de sucessão. Um líder próximo da aposentadoria é um exemplo claro, já que deverá ser substituído em determinado tempo.

Nesse procedimento, é fundamental entender quais são as responsabilidades e demandas de cada cargo para além das questões técnicas. Ou seja, definir qual o perfil profissional ideal de cada vaga.

3. Definir prazos

O prazo é uma peça-chave desse planejamento. Quando é feito com a antecedência correta, ele facilita a atuação dos gestores de RH, já que permite a identificação e o preparo efetivo dos sucessores.

4. Identificar potenciais

Levando em consideração o perfil profissional, é importante ter múltiplos potenciais sucessores em mente. Nem sempre o colaborador está alinhado às expectativas da empresa ou ele pode estar em busca de outras oportunidades. 

Nesse sentido, é importante buscar diferentes profissionais que possam oferecer suas habilidades para o projeto de crescimento da empresa. 

5. Desenvolver sucessores

Para que a estratégia funcione, o sucessor deve ter o treinamento técnico e cultural necessário para a vaga. É aqui que a capacitação profissional entra, como forma de, ao longo do tempo, equipar o futuro líder com as ferramentas necessárias.

Como fazer um bom planejamento de sucessão?

Confira as nossas dicas para otimizar o seu planejamento!

Avaliação de competências

A avaliação de competências tem papel fundamental na identificação de talentos. É por meio dessa coleta de dados e feedback 360º que o profissional de RH conhece melhor suas equipes e a relação dos colaboradores com as demandas da empresa.

People analytics

Também é crucial ter dados nas tomadas de decisões organizacionais. O people analytics é um sistema que alia análise de dados à gestão de RH para mensurar as tendências da organização.

Na prática, serve tanto para a identificação de lacunas na empresa que exigem um planejamento de sucessão, como para entender melhor a jornada das equipes e como o planejamento pode ser usado a favor do crescimento. 

Plano de desenvolvimento de lideranças

Com os talentos identificados, é essencial criar um plano claro de desenvolvimento de liderança para que eles possam se destacar em futuras oportunidades. Mentorias, aprendizado experiencial, treinamentos formais e feedback contínuo ajudam o colaborador a entender melhor seu papel no processo e se dedicar ao crescimento.

Com essas práticas, o RH pode criar um planejamento de sucessão efetivo e sustentável, que permite a retenção de talentos, o desenvolvimento das equipes, a troca de ideias e o crescimento da organização.Existem múltiplos métodos para futuros líderes vivenciarem novas responsabilidades e otimizar o planejamento de sucessão. Conheça o job rotation, uma estratégia de diálogo e conexão dentro das empresas!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima