Inteligência artificial no RH: fotografia de uma mulher trabalhando com o seu computador.

Como usar a inteligência artificial no RH?

A inteligência artificial (IA) tem transformado diversas áreas da gestão e atuação profissionais. O setor de RH também tem feito parte dessa tendência. Por ter uma capacidade de lidar e processar dados em grande escala, ela é uma ferramenta fundamental para empresas em crescimento.

A IA contribui para facilitar tarefas repetidas, resumir grandes volumes de informações e utilizar a tecnologia em favor dos profissionais de RH. Porém, nem todas as organizações entendem bem como essa ferramenta funciona, sua aplicabilidade na rotina e os cuidados necessários para segurança da empresa.

Ao longo desse artigo, os profissionais vão compreender em quais pontos podem se beneficiar da inteligência artificial no RH e como a empresa deve proceder. 

O que é, na prática?

A inteligência artificial é, na verdade, a relação de comunicação entre sistemas e pessoas. Ou seja, como podemos utilizar ferramentas que “traduzem” comandos e tarefas para respostas de softwares. E vice-versa.

Ela pode ser utilizada nas empresas para questões internas e externas. Um exemplo típico são os chatbots: as pop-ups que surgem quando um cliente acessa o site da organização. Conforme as interações do cliente com a página, a IA “traduz” os cliques em gatilhos para mensagens específicas: promoções, link para interagir com um membros da equipe, sugestão de mais produtos e serviços, etc.

Na comunicação interna, a IA também interpreta ações e utiliza recursos pré-definidos para guiar a interação do usuário com o sistema. Um exemplo são os assistentes virtuais, que realizam tarefas simples de acordo com comandos de voz ou chat. Eles podem ser aliados na rotina do dia a dia nas empresas e seus colaboradores, enviando notificações de reuniões e prazos, por exemplo.

Além disso, a inteligência artificial no RH ganhou espaço por sua capacidade de análise de dados. Em geral, grandes volumes de informação são um desafio para gestores, já que é preciso contextualizar e filtrar a coleta e buscar insights. Com a IA, os profissionais podem obter uma versão mais simplificada, pronta para análises mais profundas.

Inteligência artificial no RH: reativa e memória limitada

No campo da inteligência artificial, existem diferentes categorias para especificar como os sistemas de IA operam. Duas delas são as IAs reativas e as de memória limitada. Cada tipo possui características distintas e é adequado para diferentes aplicações dentro das empresas.

A inteligência artificial reativa é aquela que apenas oferece uma resposta a um comando, seguindo regras específicas e sem poder de influenciar decisões futuras. Por sua confiabilidade, é uma forma excelente de automatizar processos rotineiros. Em um call center, um sistema reativo pode gerenciar respostas automáticas para perguntas frequentes dos clientes, garantindo respostas rápidas e padronizadas.

Já a inteligência artificial de memória limitada tem a capacidade de aprender conforme é utilizada. É ela a mais indicada para contextos mais dinâmicos do trabalho que demandam a contextualização. É possível usar a forma de memória limitada da inteligência artificial no RH para acompanhar as avaliações de desempenho dos funcionários e recomendar mudanças, por exemplo.

Fotografia de uma pessoa conversando com um chatbot.

3 vantagens do uso de inteligência artifical no RH

O RH, assim como outros setores das empresas, tem se beneficiado da aplicação de ferramentas de inteligência artificial. Entre as principais vantagens estão:

1. Automatização de processos

O dia a dia de um profissional de RH pode ser desafiador. Muitas vezes, principalmente em organizações de grande porte, as tarefas são repetitivas e volumosas. Nesse sentido, as ferramentas de inteligência artificialpodem minimizar o tempo gasto.

Com tecnologias que automatizam a rotina, o cronograma ganha mais espaço para tarefas que exijam atenção a detalhes.

2. Menor custo operacional

Além disso, o uso de inteligência artificial no RH pode ser benéfico para o orçamento da empresa. Por exemplo, ao fornecer aos profissionais do setor insights sobre a taxa de turnover das equipes, é possível definir estratégias que previnam que ela se torne prejudicial.

3. Otimização de fluxos dos profissionais 

Com a alta demanda do setor, é necessário alternar entre diferentes aplicativos, ferramentas e tecnologia no RH. Isso leva a uma quebra na produtividade dos profissionais, já que a rotina exige acompanhar diferentes aspectos das equipes ao mesmo tempo, como plataformas de treinamento, produtividade e sessões de feedback.

As ferramentas de IA são aliadas nesse processo por simplificar a obtenção de informações e, com isso, facilitarem a gestão de tarefas do dia a dia do profissional de RH. 

Em quais setores é possível usar IA no RH?

Considerando o impacto na produtividade e gestão de tempo, o uso de inteligência artificial no RH tem crescido de forma acelerada. Segundo pesquisas da IBM, 21% dos profissionais de RH utilizam essas ferramentas em seu dia a dia. Em quais atividades elas podem auxiliar? Confira:

Processos seletivos

O processo de recrutamento e seleção consome tempo e recursos do departamento de RH. Isso porque, para definir o profissional ideal para uma contratação, é necessário alinhar as expectativas da organização com as demandas do mercado e as habilidades de cada candidato.

A inteligência artificial, aqui, pode ser utilizada para facilitar a coleta e organização de informações. As plataformas de vagas de trabalho, por exemplo, oferecem ferramentas de filtros para gestores de RH, que fazem a triagem dos candidatos conforme eles preenchem os requisitos para a vaga. Em teoria, ao implementar essa fase, o profissional de RH recebe um banco de candidatos mais adequado às suas demandas. 

A partir disso, pode começar a entrevistar candidatos com melhor potencial de contratação, o que diminui o custo e o tempo necessário até o preenchimento da vaga, otimizando o orçamento e a produtividade.

Organização de jornadas de trabalho

Outro ponto em que pode ser relevante usar inteligência artificial no RH é no monitoramento da jornada de trabalho. Existem ferramentas que realizam a coleta e análise de dados sobre horários, frequência e atrasos no trabalho.

Ao invés de precisar realizar essas tarefas repetitivas manualmente, o profissional de RH tem relatórios completos que pode utilizar para realizar pagamento de horas extras, gerir o banco de horas e planejar recessos.

Estratégias de treinamento profissional

A IA pode personalizar e otimizar programas de capacitação profissional com base nas necessidades individuais dos colaboradores, aumentando a eficácia do treinamento e minimizando o desperdício de recursos em treinamentos ineficazes ou desnecessários. 

Coleta de dados para gestão de pessoas

Para realizar uma boa gestão de equipes, o profissional do RH deve ter clareza das informações de produtividade, satisfação e continuidade de seus colaboradores. É aqui que entra o people analytics, a análise de dados focada nas pessoas que fazem parte da organização.

É importante que o RH saiba, por exemplo, qual a taxa de turnover das equipes, os dados demográficos da organização, o tempo médio de permanência, fatores que impactam a produtividade, entre outras informações.

Mas coletar e analisar todas essas informações leva tempo e a inteligência artificial no RH é uma aliada. Com ferramentas de análise de dados, o RH pode transformar bancos de informações em relatórios claros com insights sobre as tendências de sua equipe. Com isso, pode tomar decisões mais estratégicas e embasadas para o futuro.

Fotografia com foco nas mãos de uma pessoa digitando no computador.

3 boas práticas ao usar inteligência artificial no RH

Mesmo com todas as vantagens do uso de inteligência artificial no RH, existem alguns pontos de atenção. Assim como em outras inovações, é fundamental atuar de forma transparente e ética. Para que sua equipe realmente se beneficie da IA, o RH deve levar em consideração boas práticas como:

1. Cuidado com o uso de dados

A coleta e uso de dados deve ser usada para aprender mais sobre os processos internos de sua empresa, mas é crucial tomar cuidado com a  segurança e o bom uso dessas informações. Elas devem ser armazenadas de forma protegida, sem identificar indivíduos e nunca serem usadas para fins diferentes do que foi consentido durante a coleta. 

O artigo 6 da Lei Geral de Proteção de Dados determina que, ao coletar informações, os responsáveis cupram alguns princípios, como:

III – necessidade: limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às finalidades do tratamento de dados;

e

“VII – segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou difusão;”

2. Busque sempre a inclusão

Um dos pontos que gera preocupação com a implementação da inteligência artificial no RH é a falta de diversidade nos processos de machine learning. Os algoritmos utilizados em processos como recrutamento e seleção, como as triagens, ainda desfavorecem grupos marginalizados, por exemplo.

Tendo isso em mente, é fundamental que os profissionais de RH mantenham a atenção nas tendências apontadas durante os processos internos e foquem em políticas de inclusão e diversidade, criando um espaço de trabalho mais justo e transparente. 

3. Mantenha os processos humanizados

Apesar de a inteligência artificial no RH ser uma grande aliada, ela não substitui uma gestão próxima e multifacetada. O cuidado com o crescimento da equipe, a atenção para estratégias de produtividade e engajamento e os feedbacks construtivos ainda são fundamentais para manter relações profissionais mais claras e bem-sucedidas.

A tecnologia e a IA mostram um foco maior dos profissionais em dados e trajetórias dentro da empresa. Com isso, é ainda mais essencial garantir que essas jornadas sejam efetivas e justas. Para saber mais, confira nosso guia sobre compliance trabalhista.

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