Fotografia de pessoas com diferentes idades no ambiente de trabalho em uma reunião, representando a diversidade geracional.

Como gerir a diversidade geracional nas empresas?

A diversidade geracional é uma parte importante da cultura de uma organização. Além de promover mais diálogo, ajuda a manter a inovação em dia, demonstra preocupação da empresa com pluralidade e melhora a atração e retenção de talentos.

Por isso, esse ponto deve ser tratado com atenção e cuidado por gestores e profissionais de RH preparados para entender a dinâmica da diversidade geracional e pontos de melhoria.

O que é diversidade geracional no ambiente de trabalho?

A diversidade geracional é o conceito de incluir pessoas de múltiplas gerações na empresa de forma intencional, justa e que promova as interações entre elas, valorizando diferentes perspectivas. 

Na prática, significa tanto abrir espaço para profissionais de várias idades no processo seletivo quanto implementar melhorias durante a jornada do funcionário que refletem essa preocupação com diversidade e inclusão.

Uma pesquisa da LiveCareer feita com 1000 colaboradores indicou que 89% das pessoas enxergam a diversidade etária nas relações de trabalho como um aspecto positivo em sua atuação profissional. Ainda que existam algumas barreiras, como diferentes expectativas dentro da empresa e prioridades no desenvolvimento de competências, os profissionais de todas as gerações indicaram abertura à troca de vivências proporcionada.

As 4 gerações do mercado de trabalho atual

Hoje, existem quatro gerações distintas que compõem o mercado de trabalho ao redor do mundo. São elas:

Baby Boomers

Nascidos entre meados dos anos 40 e a década de 60, essa geração pode ser considerada a mais antiga do mercado de trabalho atual e menos representativa. Hoje, grande parte dos baby boomers já está aposentada, mas existem sim profissionais atuantes. Na PNAD Contínua de 2022, o IBGE indica que 21% dos brasileiros acima de 60 anos estão inseridos no mercado.

Geração X

A próxima geração é a X, composta por pessoas que nasceram entre 1965 e 1980. Hoje, representam boa parte dos cargos seniores do mercado de trabalho, sendo profissionais mais experientes e com uma jornada de carreira mais tradicional.

Outro ponto importante é que formam a maior parte da força de trabalho atual. Segundo o IBGE, 31% das pessoas em idade legal de trabalho (acima de 14 anos) são da geração X.

Millennials

Os millennials são os profissionais que vivenciaram as rápidas mudanças tecnológicas e os avanços digitais no mercado de trabalho. Nascidos entre 1981 e 1996, grande parte entrou em contato com essas ferramentas antes mesmo do início de sua carreira.

Essa faixa etária tem maior tempo de estudos: segundo o Censo de Educação Superior, enquanto 15% dos brasileiros acima dos 55 anos têm cursos superiores, a porcentagem entre millennials atinge 23%.

Geração Z

A geração Z é, hoje, a geração mais jovem do mercado de trabalho, composta por profissionais nascidos entre 1997 e 2010. Hoje, ocupam em média mais cargos juniores e vagas de estágio e muitos deles ainda estão estudando.

Podem ser considerados nativos digitais, já que têm contato com a tecnologia desde a infância e sua educação incluiu as ferramentas tecnológicas. Tendem a ter mais preocupações com as mudanças sociais e seu impacto no trabalho.

Fotografia de uma reunião com pessoas de diferentes idades sorrindo.

Quais são as dificuldades entre as gerações?

A diversidade geracional é, com certeza, muito importante para a cultura das empresas. Porém, atualmente, a presença de múltiplas gerações no mesmo espaço de trabalho pode gerar dificuldades devido às perspectivas diferentes.

Essas diferenças estão ligadas, principalmente, à flexibilidade nos moldes de trabalho. Os millennials e membros da geração Z, por exemplo, são favoráveis ao home office. Segundo uma pesquisa da consultoria Deloitte, 70% deles trocariam de emprego com base nessa opção.

A mesma pesquisa indica também uma mudança na prioridade do impacto social do trabalho: 54% dos profissionais da geração Z já pressionaram a empresa em que trabalham por iniciativas conscientes do clima, indicando a importância da sustentabilidade no RH.

Já a geração X busca um ambiente de trabalho bem estruturado, que valorize pontos como desenvolvimento de novas habilidades e traga oportunidades de crescimento na carreira com base em tempo de experiência. Ainda assim, por serem profissionais mais seniores, querem se sentir valorizados por meio do equilíbrio entre carreira e vida pessoal. 

As diferenças entre gerações se manifestam durante a jornada de suas carreiras. No caso da geração X, feedbacks estruturados tendem a ser melhor recebidos, com pontos claros de melhoria e um programa de reconhecimento para profissionais que se destacam. Essa geração tende a valorizar mais uma longa trajetória na mesma empresa, passando pela hierarquia e ganhando espaço a longo prazo.

Já as mudanças rápidas do mercado contemporâneo fazem com que a geração Z tenha um foco maior em oportunidades de ganho de conhecimento, transição entre áreas e aprendizado prático.

Quais são os benefícios da diversidade geracional?

Ainda que a diversidade geracional tenha seus desafios, é importante considerar que ela traz ganhos enormes para a organização como um todo. Por exemplo:

1. Experiências variadas no mercado de trabalho

Profissionais mais seniores, como os da geração X, têm uma experiência mais ampla no mercado. Por terem vivenciado as mudanças do setor e tecnológicas, sua perspectiva inclui o enfrentamento de desafios prévios. 

Além disso, as gerações mais velhas, com sua jornada profissional mais longa, passaram por múltiplas empresas com processos diferentes, o que beneficia seu repertório.

Por outro lado, jovens profissionais recém-formados também são benéficos para a força de trabalho. Estão mais próximos do conhecimento teórico atualizado, o que se traduz em cuidado com os detalhes operacionais.

2. Proximidade com tecnologias diversas

O contato com diferentes ferramentas e tecnologias é muito importante para a otimização dos processos organizacionais. Ao incluir profissionais de diferentes gerações, os líderes entendem melhor quais procedimentos podem ser atualizados, quais ferramentas contribuem para a produtividade e a melhor forma de aplicá-las. 

Isso porque enquanto os profissionais mais jovens têm um contato mais próximo com tecnologias atuais por serem nativos digitais, os profissionais mais velhos têm conhecimentos importantes sobre os sistemas estabelecidos. Ou seja, ambos os lados podem se beneficiar dessa troca e desenvolver suas competências digitais.

3. Redução de conflitos

Apesar das barreiras culturais e sociais entre as faixas etárias, a diversidade geracional pode contribuir para minimizar esse problema no trabalho. Para ter um bom desempenho e se destacar nas empresas, os profissionais devem desenvolver habilidades interpessoais além de técnicas.

Essas competências comportamentais são as habilidades que facilitam o trabalho em equipe e a produtividade, como pensamento crítico, comunicação com clareza e gestão de conflitos. Nesse sentido, a convivência de gerações faz com que os colaboradores precisam desenvolver essas habilidades na prática.

4. Incentivo à criatividade frente aos desafios

Outra habilidade comportamental fundamental para a vida profissional é a criatividade. Colaboradores que buscam soluções eficientes e criativas para seus desafios se destacam dentro das empresas.

Com a diversidade geracional, as pessoas podem encarar os desafios de formas variadas,usando seu repertório e o diálogo com outros membros da equipe. Além de beneficiar a jornada profissional individual, isso traz ganhos para a empresa como otimização de processos e aumento da produtividade.

5. Pontos de vista diversos na cultura organizacional

Cada geração tem suas prioridades no mercado de trabalho. Isso pode ser desafiador para profissionais do RH. Um exemplo é a individualidade x coletividade. Enquanto profissionais mais velhos buscam destaque individual, capacitação e progressão linear, a geração Z prioriza empresas com políticas de inclusão e flexibilidade.

Ou seja, é importante valorizar as diferentes perspectivas para construir uma cultura plural dentro da empresa, que incentiva tanto o desenvolvimento de talentos quanto o bem-estar coletivo.

Fotografia de um grupo de pessoas sentadas à mesa de trabalho.

Como incentivar a diversidade geracional?

Levando em conta a importância da diversidade geracional, a empresa deve realizar ações que promovam essa cultura. Para fazer isso, o profissional de RH deve buscar mudanças em seus processos. 

1. Adapte o processo seletivo

O recrutamento e seleção pode estar prejudicando a diversidade geracional na empresa. Isso ocorre porque os recrutadores, mesmo sem intenção, têm vieses em relação à idade do profissional.

Para evitar esse problema, o RH pode realizar processos seletivos cegos, ou seja, sem incluir a idade dos candidatos nas fases iniciais como análise de currículo. Além disso, é importante contextualizar as entrevistas não apenas no tempo de carreira, mas sim nas possibilidades do candidato para a vaga.

2. Entenda as prioridades de cada geração

O conflito entre gerações pode causar fricção nas organizações, mas o RH deve agir com cuidado. É importante que a gestão de equipes seja feita levando em consideração as prioridades de cada geração. 

Por exemplo, se o RH implementa uma política de benefícios que valoriza o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, valoriza a geração X. Enquanto isso, vagas de trabalho híbrido facilitam a atração de jovens talentos.

3. Mantenha o diálogo aberto

É inevitável que surjam dificuldades na diversidade geracional. Por isso, o RH deve ter uma política de gestão de conflitos focada em mediação, mitigação de problemas e escuta ativa. Assim, podem identificar problemas antes que escalem e promover a cooperação entre profissionais de diferentes faixas etárias.

4. Crie equipes diversas

O principal método de promover a diversidade geracional é garantir que profissionais de diferentes faixas etárias participem das mesmas equipes. Muitas vezes, a diferença em senioridade não ajuda na formação de diálogo, já que esses profissionais têm responsabilidades diferentes.

Ao construir as equipes, o RH deve atentar para incluir várias gerações, com o objetivo de fomentar a troca e o diálogo.A diversidade geracional é fundamental para a continuidade das equipes a longo prazo. Para saber mais, confira nosso artigo sobre planejamento de sucessão!

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