O trabalho híbrido, um modelo que combina home office e atuação presencial, tem se consolidado como uma tendência significativa no mundo corporativo.
Essa abordagem ganhou espaço e se tornou uma solução viável para muitas organizações durante a pandemia de COVID-19. Mas, com vários benefícios sendo vistos nessa prática, muitas empresas estão optando por mantê-la de forma permanente.
Os profissionais de RH devem estar atentos a essa tendência do mercado e compreender as vantagens e desvantagens do trabalho híbrido para cada situação. São eles os responsáveis por estabelecer políticas claras e efetivas que estejam alinhadas à cultura organizacional e o trabalho híbrido faz parte disso.
Neste artigo, vamos entender melhor como funciona e como garantir a integridade do trabalho híbrido nas empresas.
Qual é a tendência do trabalho híbrido?
Apesar de ter se popularizado durante a pandemia, o trabalho híbrido, assim como o remoto, já era realidade em alguns setores, como tecnologia. Ele tende a ser cada vez mais procurado por novos talentos, já que a possibilidade de atuar, ainda que parcialmente, em regime remoto traz benefícios como flexibilidade de horários, menos tempo de deslocamento e mais equilíbrio na rotina.
Uma pesquisa da Deloitte com membros da geração Z e millennials feita em 44 países mostra que 77% desses profissionais cogitaria trocar de emprego caso seus líderes mudassem o sistema de trabalho para presencial.
Na prática, o trabalho mais flexível deve crescer, seja pela adaptação das jornadas, sistemas, fluxo de informação e, claro, com a popularização do trabalho híbrido em mais segmentos.
Quais são as vantagens do trabalho híbrido?
Existem algumas características que tornam o trabalho híbrido uma prioridade para quem busca novas oportunidades de mercado.
Os profissionais de RH que lidam diretamente com recrutamento e seleção devem compreender essas questões para atrair os melhores profissionais. Por exemplo:
1. Flexibilidade
Uma das vantagens mais significativas do trabalho híbrido é a flexibilidade que oferece aos colaboradores. Eles podem organizar suas responsabilidades pessoais e profissionais, já que gastam menos tempo e recursos em deslocamentos. Por exemplo, para realizar atividades de lazer ou manter relacionamentos com familiares e amigos.
Com um nível de satisfação maior e mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional, esses colaboradores têm mais espaço para dedicar às tarefas e compromissos da empresa.
2. Aumento da produtividade
Além disso, o trabalho híbrido pode aumentar a produtividade em si. Já que podem trabalhar por mais períodos ininterruptos em ambientes tranquilos, os profissionais tendem a concluir tarefas de forma mais efetiva.
Para que isso seja possível, no entanto, é preciso que a gestão incorpore a flexibilidade do trabalho híbrido em outros aspectos. Por exemplo, no lugar de reuniões longas, atualizações curtas e e-mails claros.
Outra ideia é permitir colaboração entre equipes: muitas vezes inviável entre diferentes escritórios e áreas, é interessante que com as ferramentas de trabalho remoto, diferentes profissionais tenham mais contato.
Projetos interdisciplinares e espaço para que os membros da equipe contribuam com ideias ficam bem mais fáceis quando todos não precisam estar no mesmo lugar, ao mesmo tempo.
3. Atração e retenção de talentos
Empresas que oferecem modelos de trabalho flexíveis tendem a ser mais atrativas para talentos, especialmente para as gerações mais jovens. Ou seja, o profissional de RH atento já sabe que ao oferecer essa opção, a empresa se destaca na hora de receber currículos em processos seletivos.
Com mais profissionais qualificados em busca de uma vaga na empresa, o RH tem uma gama maior de opções para criar um banco de talentos e fazer com que as equipes se alinhem cada vez mais às prioridades da organização.
4. Redução de custos
Outro benefício para as empresas é a diminuição dos custos recorrentes. Com equipes remotas e híbridas, não há necessidade de espaços de trabalho que comportem todos os colaboradores.
Ou seja, é possível diminuir custos de locação com espaços menores, além de menos manutenção e desgaste do local.
Quais são os riscos no trabalho híbrido?
Ainda que o trabalho híbrido tenha se tornado a modalidade mais buscada, é importante lembrar que existem alguns desafios a serem enfrentados para que ele tenha sucesso. O profissional de RH deve ficar atento a pontos como:
Comunicação e colaboração
A comunicação e a colaboração podem ser mais complexas em um modelo híbrido, especialmente quando parte da equipe está no escritório e parte não.
É preciso estabelecer um sistema efetivo de diálogo, começando com as plataformas de comunicação para mensagens e reuniões em vídeo. Existem múltiplas opções no mercado, sendo importante testar para encontrar a correta.
Além disso, é preciso ter uma visão clara do que é esperado na comunicação: como os profissionais devem comunicar seu progresso com os líderes? Qual deve ser a periodicidade de encontros? O que fazer em caso de dificuldades? Tudo isso deve ser bem alinhado e definido entre as equipes para evitar falta de diálogo.
Isolamento e falta de apoio da organização
Embora o trabalho remoto ofereça muitas vantagens, ele também pode levar ao isolamento de alguns membros da equipe. Profissionais de RH precisam desenvolver estratégias para manter esses funcionários engajados e integrados à cultura da empresa.
Vale investir em eventos formativos, por exemplo, que ajudem esses profissionais a desenvolver novas habilidades e adquirir conhecimentos que ampliem seu repertório. Palestras, workshops e cursos, tanto presenciais quanto online, são ótimas opções para integrar equipes com interesses em comum.
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Gestão de desempenho
Avaliar o desempenho em um ambiente híbrido pode ser desafiador se os líderes não acompanham a produtividade e o compromisso de seus colaboradores de forma correta. O RH deve, nesse caso, treinar a liderança para a realização de acompanhamento e gestão de desempenho, tanto presencialmente quanto a distância.
Aqui, é importante que os gestores estejam atentos ao cumprimento de tarefas, compromisso com prazos, proatividade em projetos e atenção aos detalhes. Devem também oferecer feedbacks claros e efetivos, visando não apenas a correção de problemas imediatos, mas o desenvolvimento do profissional como um todo.
O que o RH deve fazer para gerir o trabalho híbrido?
É fundamental que o RH estabeleça políticas claras que definam as expectativas para o trabalho híbrido, como por exemplo a presença necessária no escritório, rotatividade do espaço, horários de trabalho, opções de flexibilidade e ferramentas de comunicação.
Isso evita potenciais problemas com falta de diálogo e garante o alinhamento de expectativas em novas formas de trabalho.
Também é importante saber como e quando investir em ferramentas de colaboração e tecnologia de comunicação para garantir a segurança e produtividade do trabalho híbrido.
Aos líderes, o RH deve oferecer treinamentos tanto em relação a essas ferramentas quanto em pontos como gestão de desempenho a distância e desenvolvimento de talentos.
O trabalho híbrido é uma realidade cada vez mais presente no cenário empresarial. Para os profissionais de RH, compreender e implementar boas práticas é essencial para aproveitar ao máximo os benefícios desse modelo e minimizar seus riscos.
Com a estratégia correta, é possível criar um ambiente de trabalho híbrido que seja econômico, produtivo e engajador.
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